

Segregated Witness (SegWit) é uma inovação decisiva na trajetória do Bitcoin, solucionando desafios de escalabilidade fundamentais que surgiram com a popularização da rede além do público inicial. Quando Satoshi Nakamoto concebeu o Bitcoin, cada bloco tinha capacidade limitada a um megabyte, suficiente na fase inicial da criptomoeda. Porém, com o aumento da demanda, essa limitação gerou congestionamentos graves. A rede Bitcoin produz um novo bloco a cada dez minutos, e com o limite de um megabyte, cada bloco comportava um número restrito de transações — muitas vezes apenas algumas dezenas. Isso resultava em uma média de apenas sete transações por segundo, provocando atrasos consideráveis nos períodos de pico. Usuários enfrentavam filas de vários dias e taxas que chegavam a dezenas de dólares, evidenciando a necessidade urgente de uma solução técnica eficiente para acelerar o processamento e reduzir os custos das transações de Bitcoin.
SegWit surgiu como resposta à crise de escalabilidade do Bitcoin. Proposto em 2015 pelo desenvolvedor Pieter Wuille e outros membros do Bitcoin Core, o SegWit foi desenvolvido para superar as limitações de velocidade nas transações. Após extensa fase de testes, a tecnologia foi implementada oficialmente por meio de uma soft fork na rede Bitcoin em 2017. Essa mudança representou um marco ao aumentar a capacidade de processamento de informações de um bloco do Bitcoin em 1,7 vez. O SegWit extrapolou o ecossistema do Bitcoin, sendo adotado também por criptomoedas como Litecoin e Bitcoin Cash. Entre os principais benefícios da adoção do SegWit estão o aumento da capacidade dos blocos, maior velocidade nas transações e escalabilidade otimizada. Esses avanços tornaram as transações de Bitcoin mais ágeis, confiáveis e econômicas para os usuários.
Para entender o SegWit, é preciso analisar a estrutura das transações do Bitcoin. Cada transação tem dois componentes principais: os dados básicos da transação e os dados de testemunho (witness). Os dados transacionais registram informações como saldos e valores transferidos, enquanto os dados de testemunho validam a identidade dos usuários por meio de assinaturas digitais. Usuários se concentram nas informações principais dos ativos, como saldos, enquanto a verificação de identidade, embora essencial, não deve ocupar tanto espaço de armazenamento ou processamento. Na prática, o destinatário precisa apenas garantir que os ativos sejam legítimos e estejam disponíveis, sem detalhes aprofundados sobre o remetente.
O principal desafio da estrutura original do Bitcoin era o espaço excessivo ocupado pelos dados de testemunho — em especial pelas assinaturas digitais. Essas informações consumiam grande parte da capacidade de cada bloco, prejudicando a eficiência das transferências e elevando o custo de mineração. A proposta inovadora do SegWit foi separar os dados de testemunho dos dados principais da transação, armazenando-os em locais distintos. Essa divisão permite um uso mais eficiente do espaço dos blocos, acelera o processamento e reduz o esforço computacional da rede. Dessa forma, o SegWit faz com que a rede Bitcoin dedique seus recursos ao processamento das informações cruciais, enquanto o processamento de assinaturas é realizado de maneira mais leve.
O SegWit oferece três benefícios centrais que elevam a funcionalidade do Bitcoin. O primeiro é o aumento expressivo da capacidade dos blocos. Dados estatísticos mostram que as assinaturas podem ocupar até 65% do espaço de um bloco. Com o SegWit, esse espaço passa a acomodar mais transações, expandindo a capacidade da rede sem alterar o limite fundamental de um megabyte por bloco.
O segundo benefício é a aceleração das transações. Inspirado em conceitos semelhantes aos das soluções layer-2 do Ethereum, o processamento do Bitcoin passou a ser segmentado, aumentando o throughput. Com a adoção do SegWit, o sistema concentra mais poder computacional e capacidade de armazenamento no processamento das informações principais, reduzindo drasticamente a sobrecarga da rede e elevando a taxa de transações por segundo (TPS). Dados práticos confirmam a eficiência dessa melhoria, tornando os custos das transações mais competitivos após o SegWit.
O terceiro benefício é a criação de condições favoráveis para a Lightning Network, a principal solução de layer-2 do Bitcoin, que resolve desafios de escalabilidade com processamento off-chain. A Lightning Network adiciona uma camada sobre a blockchain do Bitcoin, abrindo canais de pagamento que viabilizam transferências rápidas de grandes volumes mesmo em situações extremas. Enquanto a Lightning lida com dados off-chain, o SegWit gerencia eficientemente as transações prioritárias on-chain, aliviando a blockchain principal e facilitando a implementação da Lightning Network.
Além disso, o SegWit separa totalmente os dados da transação das assinaturas, excluindo essas informações do processamento operacional. Isso elimina riscos de adulteração dos dados, impedindo que informações erradas sejam gravadas permanentemente em blockchain. O recurso também favorece programas de reparo e expansão das informações transacionais. O SegWit foi ainda a base dos ordinais no Bitcoin, ao ampliar o limite para inclusão de dados arbitrários em transações, permitindo inscrições em satoshis individuais. O upgrade Taproot, lançado em 2021, expandiu esse conceito, facilitando o armazenamento de dados arbitrários de testemunho e ampliando os limites de dados, viabilizando o surgimento dos NFTs Ordinals no Bitcoin.
Para usuários, o SegWit proporciona três grandes benefícios: mais segurança em relação a endereços tradicionais, processamento mais rápido graças ao aumento de capacidade dos blocos e taxas de transação menores comparadas aos endereços de wallet convencionais. Para acessar esses benefícios, basta usar endereços compatíveis com SegWit nas transferências de Bitcoin, incluindo hardware wallets como Ledger. Desde a introdução do SegWit, sua adoção vem crescendo rapidamente, e o suporte nativo se expande continuamente no ecossistema.
Atualmente, há quatro formatos principais de endereços Bitcoin. O formato Legacy (P2PKH) começa com “1” e segue o padrão original, ainda em uso. Esses endereços Pay To Public Key Hash seguem as especificações iniciais do Bitcoin. Endereços Nested (P2SH), iniciados por “3”, são multiassinatura e oferecem funções mais avançadas, comuns em operações com múltiplas assinaturas digitais. Por exemplo, um endereço sob controle de três pessoas pode exigir duas assinaturas para autorizar uma transferência. Os formatos Legacy e Nested tradicionais são anteriores ao SegWit.
Os endereços SegWit modernos possuem duas principais variações. O Nested SegWit (P2SH), também começando com “3”, é compatível com SegWit e reconhecido por nodes antigos, oferecendo seus benefícios. O formato Native SegWit (Bech32), iniciado por “bc1”, representa os endereços nativos SegWit, definidos pelo BIP173 em 2017. Esses endereços são insensíveis a maiúsculas/minúsculas, compostos apenas por números de 0 a 9 e letras minúsculas de a a z, o que reduz erros e facilita a leitura. O formato usa codificação Base32, mais eficiente e compacta para QR Codes. Endereços Bech32 oferecem maior segurança graças à detecção de erros por checksum, minimizando o risco de endereços inválidos e garantindo taxas menores. Hardware wallets como Ledger já suportam esses endereços, unindo segurança de cold storage e eficiência operacional.
Os formatos Native P2WPKH e P2WSH são endereços SegWit versão 0, sempre iniciados por “bc1q”. Endereços Pay-to-Witness-Public-Key-Hash (P2WPKH) têm 42 caracteres, enquanto Pay-to-Witness-Script-Hash (P2WSH) chegam a 62 caracteres em casos multiassinatura. Uma vulnerabilidade do Bech32 original permitia que, se o último caractere fosse “P” e caracteres “Q” fossem adicionados, o checksum fosse aceito. Os limites de tamanho dos endereços SegWit nativos (20 ou 32 bytes) evitaram problemas, pois endereços inválidos não são processados pelas wallets.
Para resolver essa vulnerabilidade, surgiu o padrão Bech32m, que modifica o checksum e garante que caracteres extras invalidem o endereço. Definido no BIP0350, o Bech32m é utilizado nos endereços Taproot e em futuros formatos, enquanto os endereços SegWit versão 0 seguem o padrão original. Endereços P2TR (Bech32m), iniciados por “bc1p”, suportam funcionalidades avançadas como BTC NFT e Ordinals NFT. Hardware wallets como Ledger e outras soluções modernas já oferecem suporte total aos endereços SegWit nativos e Taproot, permitindo que os usuários aproveitem os avanços do protocolo Bitcoin com máxima segurança.
Analisando na prática, as diferenças entre os formatos de endereços impactam diretamente os custos. Endereços SegWit compatíveis (começando com “3”) reduzem as taxas em cerca de 24% em relação aos endereços Legacy (começando com “1”). Os endereços SegWit nativos (“bc1”) oferecem economia ainda maior, reduzindo as taxas em aproximadamente 35% comparado aos Legacy. Frente aos endereços multiassinatura (“3”), os SegWit nativos (“bc1” ou “3”) podem gerar até 70% de economia nas taxas. Endereços Taproot agregam funcionalidades de BTC NFT e Ordinals NFT com taxas competitivas. Essas diferenças mostram as vantagens econômicas de formatos mais modernos, especialmente do SegWit nativo, trazendo ganhos financeiros e avanços técnicos. Hardware wallets como Ledger permitem aos usuários maximizar essa economia com total segurança para seus Bitcoins.
Segregated Witness foi um divisor de águas para o Bitcoin, ampliando exponencialmente a capacidade de processamento de transações e superando obstáculos críticos de escalabilidade. Mais do que aumentar o throughput, o SegWit elimina falhas raras de maleabilidade das transações e torna o Bitcoin mais programável, viabilizando soluções como a Lightning Network. Sua adoção por grandes plataformas demonstra valor prático: wallets modernas e dispositivos físicos, como os da Ledger, já integram suporte nativo ao SegWit para Bitcoin, Litecoin e Bitcoin Cash, proporcionando transferências mais rápidas e taxas menores. O suporte a endereços Taproot possibilita aplicações avançadas, como Ordinals BRC-20 e NFTs de BTC. Fornecedores de hardware wallets, como Ledger, garantem armazenamento seguro aliado aos ganhos de eficiência do SegWit nativo. A implementação do SegWit mostra como inovações técnicas podem superar limitações fundamentais das blockchains sem comprometer segurança e descentralização. Enquanto o Bitcoin evolui, o SegWit permanece como base para a escalabilidade da rede, preservando princípios essenciais e abrindo portas para novas inovações.
SegWit nativo é o formato de endereço Bitcoin mais avançado disponível em dispositivos Ledger. Ele garante taxas mais baixas, processamento ágil e maior eficiência na blockchain ao otimizar o tamanho das transações.
Sim. É possível transferir de um endereço SegWit nativo para um SegWit. O processo segue o padrão da rede, pois ambos os formatos são compatíveis dentro do ecossistema Bitcoin.
O SegWit nativo é a melhor opção para transações cotidianas e econômicas. O Taproot oferece privacidade extra e funções de smart contract. A escolha depende do seu objetivo.
Sim, SegWit nativo é excelente. Ele proporciona mais eficiência, taxas reduzidas e segurança superior em relação aos formatos tradicionais. É amplamente utilizado e considerado a opção mais avançada para transações Bitcoin.











