

A Polygon Network se destacou como uma das plataformas blockchain mais relevantes no universo Web3, consolidando parcerias com grandes empresas como Walt Disney Company, Meta (Facebook), Starbucks e Reddit. Já são mais de 219 milhões de usuários ativos, 20.000 aplicações descentralizadas (dApps) e cerca de 2,5 bilhões de transações processadas, posicionando a Polygon como referência no mercado de criptomoedas. Neste artigo, você verá os fundamentos da Polygon, sua arquitetura tecnológica, os fatores que impulsionam sua adoção em massa e a resposta à pergunta central: a Polygon é compatível com EVM?
A Polygon Network é uma plataforma Web3 completa, desenvolvida para facilitar e aprimorar a interação com a blockchain Ethereum. Como solução de escalabilidade layer-2, a Polygon funciona sobre a blockchain principal (layer-1) da Ethereum, oferecendo ferramentas e infraestrutura para superar os desafios de escalabilidade dessa rede. Seu principal diferencial é garantir taxas de transação muito mais baixas e confirmações em menos tempo, se comparado ao uso direto da rede principal da Ethereum.
A iniciativa começou em 2017, com os desenvolvedores Jaynti Kanani, Sandeep Nailwal e Anurag Arjun fundando a Matic Network em Mumbai, Índia. A motivação veio ao notar gargalos na Ethereum, principalmente durante o sucesso do CryptoKitties. Quando o jogo CryptoKitties, criado pelo estúdio canadense Dapper Labs, lançou seus NFTs de gatos colecionáveis, a demanda elevada causou congestionamento, aumento nas taxas de gas e confirmações mais lentas. Esse episódio evidenciou as limitações de escalabilidade da Ethereum e levou os fundadores a buscarem soluções off-chain para processar pagamentos em cripto.
A Matic Network realizou sua venda de tokens em uma grande exchange centralizada em 2019 e, em 2020, lançou oficialmente seus serviços de escalabilidade para Ethereum. Em 2021, o projeto foi rebatizado como "Polygon Network" e registrou crescimento acelerado — a capitalização de mercado saltou de US$100 milhões em janeiro para um pico de US$19,5 bilhões em dezembro. Hoje, a Polygon Labs, empresa de desenvolvimento por trás do projeto, segue ampliando a infraestrutura da rede.
A tecnologia de escalabilidade blockchain da Polygon evoluiu muito desde o início, integrando soluções inovadoras. Inicialmente, o foco estava nas plasma chains, também chamadas de "child chains". Essas redes descentralizadas independentes comunicam dados de transação à cadeia principal (Ethereum) via smart contracts — programas autônomos que executam tarefas complexas conforme instruções pré-definidas. Ao processar transações fora da mainnet, as plasma chains reduzem o congestionamento da Ethereum e permitem operações mais rápidas e baratas.
Após o lançamento em 2020, a Polygon expandiu suas funcionalidades ao criar uma sidechain independente e compatível com Ethereum. Diferentemente das plasma chains, as sidechains possuem maior autonomia em relação à blockchain principal. Ao invés de enviar cada transação para a Ethereum, a sidechain da Polygon captura snapshots periódicos das transações e faz envios em lotes para confirmação final via smart contracts. Essa sidechain adota seu próprio algoritmo de consenso — proof-of-stake (PoS) — em que operadores precisam bloquear tokens MATIC para garantir a segurança, validar transações e receber recompensas em cripto. Essa independência amplia a flexibilidade dos desenvolvedores, mas apresenta algumas concessões em termos de segurança frente às plasma chains.
A Polygon trouxe ao mercado uma inovação de destaque: o Polygon zkEVM, um salto tecnológico em layer-2. O termo "zk" significa "zero-knowledge proofs" — métodos criptográficos avançados que permitem verificar transferências em lotes fora da blockchain antes de enviar para a mainnet. "EVM" refere-se à Ethereum Virtual Machine, a infraestrutura de software descentralizada que impulsiona a blockchain Ethereum. O Polygon zkEVM une os benefícios de segurança e desempenho da tecnologia zero-knowledge à rede Ethereum, oferecendo um ambiente sintético com taxas menores e maior capacidade de processamento. Assim, desenvolvedores podem criar e migrar aplicações da Ethereum para a Polygon, elevando o engajamento e a experiência dos usuários. Portanto, a Polygon é totalmente compatível com EVM — sua arquitetura foi desenhada para garantir essa integração, permitindo que smart contracts da Ethereum sejam executados sem ajustes.
O MATIC é o token nativo da Polygon Network e tem funções essenciais no ecossistema. Ele é usado para pagamento de taxas de transação, recompensas para validadores e garantia de segurança da sidechain PoS via staking. Detentores podem operar nós validadores bloqueando MATIC na blockchain e recebendo recompensas. Para quem prefere não operar nós, a Polygon permite delegar MATIC para pools de staking pelo Staking Portal oficial, permitindo ganhos proporcionais de recompensas de validação.
A Polygon também adota mecanismos de governança, permitindo que holders submetam Polygon Improvement Proposals (PIPs) para avaliação pela Polygon DAO (Decentralized Autonomous Organization) e votem em atualizações da rede usando seus tokens. Essa estrutura amplia a participação da comunidade nas decisões de evolução da plataforma.
Como um dos projetos cripto mais difundidos, o MATIC está disponível nas principais exchanges e plataformas de negociação. É possível consultar pares de negociação do MATIC em agregadores como CoinMarketCap ou CoinGecko, buscando "MATIC" e acessando a aba "Markets" para visualizar todas as exchanges suportadas.
Importante: a maior parte dos tokens MATIC negociados em exchanges centralizadas segue o padrão ERC-20, compatível com Ethereum. Esses tokens funcionam no ecossistema Ethereum e são usados, principalmente, para staking, mas não podem pagar taxas em dApps construídos na Polygon. Usuários com MATIC ERC-20 e interesse em acessar serviços Polygon precisam transferir os tokens para uma carteira compatível com EVM, como a MetaMask, que viabiliza a conversão entre as redes.
Diferente de blockchains como Solana, Cardano e Avalanche — classificadas como "Ethereum killers" e voltadas à competição direta — a Polygon tem relação distinta com a Ethereum. A Polygon Network é atrelada ao sucesso da Ethereum, já que todas as suas aplicações buscam aumentar a eficiência e acessibilidade da rede, nunca substituí-la. Embora a sidechain PoS da Polygon seja uma blockchain independente, seu principal papel é fortalecer e aprimorar o ecossistema Ethereum. Assim, o crescimento da Polygon está alinhado ao da Ethereum, e não em competição direta como uma layer-1.
Apesar da integração, Polygon e Ethereum apresentam diferenças relevantes. Notavelmente, a Polygon oferece transações muito mais rápidas e baratas: em média, um usuário Polygon paga cerca de US$0,018 por transação, com capacidade para processar mais de 7.000 transações por segundo (TPS). Na Ethereum, o TPS é de aproximadamente 15, e as taxas de gas variam conforme o congestionamento.
Esses ganhos de desempenho, porém, envolvem concessões em descentralização e segurança. Apesar da forte valorização, a Polygon ainda é menor que a Ethereum em capitalização e número de participantes. São 100 validadores de blockchain na Polygon frente a mais de 500.000 na Ethereum. Há ainda preocupações quanto à concentração de controle entre líderes do projeto, como o uso de carteiras cripto multisig. Embora as multisig — que exigem várias chaves privadas para movimentar fundos — reduzam riscos de roubo, a concentração dessas chaves pode implicar centralização.
Para mitigar riscos de segurança e centralização, a Polygon anunciou que deixará de armazenar fundos virtuais em carteiras multisig. O projeto também estruturou uma DAO para dar voz real à comunidade nas decisões. À medida que amadurece, os desenvolvedores pretendem descentralizar ainda mais a governança, reduzindo o controle centralizado.
Assim como a Ethereum, a Polygon viabiliza uma ampla gama de aplicações Web3. A pergunta "a Polygon é compatível com EVM?" ganha destaque ao analisar esses casos, pois a compatibilidade EVM permite migração ágil e implantação de aplicações Ethereum. Milhares de dApps já rodam na Polygon, mas algumas categorias lideram em volume de usuários e inovação:
Finanças Descentralizadas (DeFi): Protocolos DeFi oferecem serviços financeiros cripto — negociação, staking e empréstimos — sem intermediários centralizados. A compatibilidade EVM da Polygon permite que dApps DeFi da Ethereum integrem facilmente as soluções Polygon, garantindo transações mais rápidas e baratas. Exemplos incluem protocolos de exchanges descentralizadas e plataformas de empréstimos já presentes na Polygon, que oferecem instrumentos financeiros avançados aos usuários com toda a eficiência da rede. O suporte EVM garante que desenvolvedores possam migrar smart contracts Ethereum para Polygon sem grandes ajustes.
Negociação de NFTs: NFTs são tokens cripto únicos, com endereços blockchain inconfundíveis, geralmente usados como colecionáveis digitais. Grandes marketplaces já integram a Polygon para negociação de NFTs, e empresas como Reddit e Starbucks lançam NFTs exclusivos para suas comunidades, demonstrando o potencial da Polygon para adoção Web3 em massa. A compatibilidade EVM facilita o lançamento de projetos NFT na Polygon, mantendo interoperabilidade com Ethereum.
Jogos em Blockchain: Os jogos descentralizados unem experiências online tradicionais à tecnologia blockchain. Além de inovação, muitos games blockchain oferecem recompensas em cripto ou NFTs colecionáveis. Exemplos como The Sandbox e Benji Bananas utilizam a Polygon para viabilizar microtransações e interações on-chain, aproveitando as baixas taxas da rede. A compatibilidade EVM facilita a vida dos desenvolvedores Ethereum que desejam lançar seus jogos na Polygon.
A Polygon se consolidou como camada fundamental no ecossistema Web3, resolvendo gargalos de escalabilidade da Ethereum e mantendo compatibilidade total com a principal plataforma global de smart contracts. Respondendo de forma definitiva: a Polygon é compatível com EVM? Sim, a Polygon é totalmente compatível, característica essencial para sua adoção e sucesso. Com inovações como plasma chains, sidechains e a zkEVM, a Polygon entrega transações mais ágeis e baratas, sem sacrificar a segurança nem os efeitos de rede da Ethereum.
Essa compatibilidade EVM permite que desenvolvedores lancem smart contracts e dApps da Ethereum na Polygon sem praticamente nenhum ajuste, tornando a plataforma atraente para projetos que buscam escalar. O token MATIC cumpre funções que vão do pagamento de taxas à segurança da rede via staking, enquanto a governança participativa amplia o protagonismo da comunidade.
Apesar das vantagens em custo e velocidade, a Polygon segue avançando para aprimorar descentralização e segurança. A implementação de DAOs e a redução do controle centralizado reforçam o compromisso com uma governança mais distribuída. Com parcerias estratégicas, um ecossistema vibrante de DeFi, NFTs, jogos blockchain e mais de 219 milhões de usuários ativos, a Polygon confirma sua proposta como solução layer-2 de destaque.
À medida que evolui e amplia sua atuação, a compatibilidade EVM permanece como pilar estratégico, tornando a Polygon um agente complementar ao crescimento da Ethereum — e não um concorrente. A combinação de inovações técnicas e crescimento de ecossistema faz da Polygon um player essencial para desenvolvedores que buscam um ambiente EVM compatível, eficiente e escalável.
Sim, a Polygon utiliza EVM. Ela é uma blockchain compatível, operando como sidechain da Ethereum e mantendo total compatibilidade com smart contracts.
Sim, o Matic é totalmente compatível com EVM. Usuários podem utilizar carteiras e ferramentas Ethereum diretamente, garantindo integração perfeita com aplicações baseadas em Ethereum.
Não, não é possível enviar Polygon (MATIC) diretamente pela rede Ethereum. É necessário utilizar uma bridge para transferir entre as redes.











