A retomada dos cortes de juros pelo Fed inaugura uma nova etapa, e pode adotar um padrão de corte acelerado, seguido de pausa e nova aceleração nos próximos meses.
A retomada dos cortes de juros pelo Fed, prevista para setembro, representa uma nova fase que impacta tanto a economia dos EUA quanto o cenário internacional. O mercado projeta que o ciclo de cortes do Fed ocorra em etapas distintas. A partir do quarto trimestre de 2025, pode haver aceleração dos cortes. Os indicadores de CPI e PPI dos EUA sinalizam virada para alta e podem continuar subindo nos próximos trimestres. Com os riscos de queda no emprego mais evidentes que os riscos inflacionários de alta, estabilizar o crescimento econômico passa a ser prioridade frente ao controle da inflação. Sob forte pressão política de Trump, o Fed tende a acelerar o ritmo dos cortes de juros.
Em 2026, com a inflação persistente, o Fed deverá buscar equilíbrio entre os riscos de desaceleração e os de alta dos preços, tornando difícil manter cortes rápidos. Para suavizar o mercado financeiro, pode optar por pausar o aperto quantitativo. No segundo semestre de 2026, com o mandato de Powell se encerrando em maio, o governo Trump deve indicar um novo presidente do Fed de perfil mais dovish. Já os efeitos inflacionários das tarifas podem estar dissipados, permitindo ao Fed reativar os cortes. No longo prazo, o afrouxamento monetário tende a ser o grande tema dos mercados globais, favorecendo a desvalorização do dólar e beneficiando ações, títulos, commodities e ouro.
Entre os principais dados da semana estão CPI e PPI dos EUA, indicadores do setor imobiliário, produção industrial e índices de manufatura dos Fed de Nova York e Filadélfia. O mercado espera alta de 0,3% no CPI após avanço de 0,4% em agosto, com núcleo do CPI estável em 0,3%. O PPI deve subir 0,3% após queda de 0,1% em agosto. Tendências mais fracas de preços aumentam as chances de novos cortes pelo Fed. Dados de produção industrial e pesquisas dos Fed de Nova York e Filadélfia serão relevantes para orientação adicional esta semana. (1, 2)
CPI dos EUA nos últimos 5 anos
DXY
O dólar dos EUA teve forte valorização na semana passada, rompendo o patamar de US$99 na quinta, mas voltando para US$98 na sexta-feira. A resiliência do dólar após o shutdown indica que o mercado aposta em cautela do Fed quanto aos cortes. (3)
Juros dos Títulos de 10 e 30 anos dos EUA
Os juros dos títulos públicos de curto e longo prazo dos EUA caíram significativamente na última semana, com os títulos de 10 anos atingindo mínima mensal. As declarações de Trump elevaram os preços dos títulos e reduziram os yields. (4)
Ouro
O ouro teve forte alta na semana passada, ultrapassando o patamar de US$4.000. As tarifas de Trump contra a China, restrições chinesas a terras raras e incerteza sobre divulgação de dados econômicos dos EUA influenciaram a reação do mercado. (5)
Preço do BTC
Preço do ETH
Relação ETH/BTC
O BTC caiu 6,3% e o ETH recuou 7,93% na semana, impactados pelo anúncio das tarifas de Trump à China, que gerou vendas em pânico e liquidações amplas em posições alavancadas e perpétuas. Apesar do movimento negativo, ETFs de Bitcoin nos EUA registraram entrada líquida de US$2,71 bilhões, enquanto ETFs de Ethereum receberam US$488,27 milhões. (6)
O Fear & Greed Index do Bitcoin despencou para 38 (Medo) após a correção. Já a relação ETH/BTC caiu 1,2% para 0,036, tocando brevemente 0,032, reflexo das liquidações acentuadas em posições alavancadas vinculadas ao ETH. (7)
Marketcap Total Cripto
Marketcap Total Cripto Excluindo BTC e ETH
Marketcap Total Cripto Excluindo Dominância do Top 10
O mercado cripto recuou 7,09%; excluindo BTC e ETH, a queda foi de 7,25%. Os altcoins sofreram o maior impacto, com a capitalização de mercado excluindo os dez maiores tokens despencando 14,86%. O principal fator foi a falta de liquidez entre market makers de altcoins, que levou a acionamento de stops e vendas forçadas, aprofundando o movimento de queda.
Fonte: Coinmarketcap e Gate Ventures, em 29 de setembro de 2025
Os 30 maiores criptoativos caíram, em média, 15% na semana, com algumas exceções como Zcash (ZEC), Bittensor (TAO) e BNB.
Zcash liderou os ganhos, disparando 68,2% na semana. O movimento foi impulsionado pelo “efeito Zashi” — lançamento e adoção acelerada do app Zashi wallet, que permite swaps privados e pagamentos cross-chain. O uso crescente levou os pools protegidos a 27% de todo o ZEC e gerou mais de US$40 milhões em volume de swaps desde o fim de agosto.
Bittensor (TAO) subiu 27,6% após anúncio de que a Grayscale protocolou o Form 10 na SEC para o Grayscale Bittensor Trust, passo importante para acesso institucional ao TAO e maior exposição do ativo. (8)
BNB avançou 10,7% com o ecossistema mantendo forte tração na recuperação do mercado. Meme coins de tema chinês dominaram o volume de negociação on-chain, e várias foram listadas na Binance Alpha, ampliando o efeito riqueza e renovando o interesse na rede BNB.
Meteora (MET) é um protocolo de infraestrutura de liquidez DeFi desenvolvido em Solana, focado em pools dinâmicos (DLMM, DAMM v2, etc.), eficiência de capital avançada e vaults integrados.
O token MET foi lançado com ~48% de oferta circulante inicial, negociado nas principais exchanges (Binance, Bybit pré-mercado, Hyperliquid Futures, etc). Os contratos perpétuos Hyperliquid estão cotados em ~US$1,61, sugerindo FDV de US$1,6 bilhão para um supply total de 1 bilhão, ultrapassando o FDV inicial do Raydium (~US$1,13 bilhão). (9)
Monad (MON) é uma blockchain Layer-1 de alta performance compatível com EVM, projetada para unir escala, compatibilidade e eficiência.
O token MON negocia atualmente nos futuros da Hyperliquid e pré-mercado da OKX & Binance, por volta de US$0,087, indicando FDV de ~US$8,7 bilhões para supply total de 100 bilhões. (10)
A Antalpha liderou uma colocação privada de US$100 milhões e uma rodada de dívida de US$50 milhões para constituir a Aurelion Treasury, primeira tesouraria corporativa listada na Nasdaq e totalmente lastreada em Tether Gold (XAUT). A Antalpha ficou como acionista controlador, com 32,4% do capital e 73,1% dos direitos de voto, junto a TG Commodities (Tether) e Kiara Capital. O XAUT, lastreado por ouro padrão LBMA armazenado na Suíça, já ultrapassa sete toneladas em reserva. O movimento evidencia crescente demanda institucional por ouro tokenizado em meio à estratégia global de “ouro digital”. (11)
O principal agregador de DEX da Solana, Jupiter, está lançando a JupUSD, stablecoin nativa desenvolvida com a Ethena Labs, prevista para meados do quarto trimestre de 2025. O token será totalmente colateralizado por USDtb, dólar lastreado pela tesouraria da Ethena — com inclusão futura de USDe para aumentar o rendimento. Integrada aos perps, pools de empréstimos e pares de negociação da Jupiter, a JupUSD vai substituir gradualmente cerca de US$750 milhões em stablecoins na plataforma. A parceria utiliza o stack white-label de stablecoin-as-a-service da Ethena, reforçando a tendência de stablecoins de marca e rendimento elevado nos principais ecossistemas. (12)
A Galaxy Digital captou US$460 milhões de um dos maiores gestores de ativos globais para transformar seu antigo centro de mineração de bitcoin no Texas, Helios, em data center de IA de grande porte para a CoreWeave. O acordo envolve 9 milhões de novas ações a US$36 cada e 3,8 milhões de executivos. A primeira fase do Helios será lançada no primeiro semestre de 2026, apoiada por financiamento de US$1,4 bilhão e contrato de 15 anos, com expectativa de receita anual acima de US$1 bilhão, marcando o pivot da Galaxy da mineração para infraestrutura de IA. (13)
A Crunch Lab, principal colaboradora da CrunchDAO, captou US$5 milhões em rodada estratégica liderada por Galaxy Digital e Road Capital, com VanEck e Multicoin, totalizando US$10 milhões. Sua rede reúne mais de 10.000 engenheiros de machine learning e 1.200 PhDs, entregando ganhos de precisão para ADIA Lab, Broad Institute do MIT e bancos globais. O modelo transforma desafios corporativos em problemas criptografados, criando uma “camada de inteligência” para IA descentralizada, considerada infraestrutura-chave para Web3. (14)
A Coinflow, plataforma de pagamentos com stablecoins sediada em Chicago, levantou US$25 milhões em Série A liderada por Pantera Capital, com CMT Digital, Coinbase Ventures, The Fintech Fund, Jump Capital e Reciprocal Ventures. A empresa multiplicou a receita em 23 vezes desde 2024 e opera em mais de 170 países, processando múltiplos bilhões de dólares anuais. Combinando stablecoins, IA antifraude e blockchain para prova de entrega, a Coinflow mira o mercado global de transferências de US$194 trilhões, se posicionando como infraestrutura de pagamentos de próxima geração. (15)
A Meanwhile, primeira seguradora de vida regulada em Bitcoin, captou US$82 milhões em rodada liderada por Bain Capital Crypto e Haun Ventures, com Pantera Capital, Apollo, Northwestern Mutual Future Ventures e Stillmark. Regulada pela Autoridade Monetária de Bermudas, oferece seguros de vida, anuidades e poupança em BTC para proteção contra inflação e risco cambial. Com o AUM em Bitcoin subindo 200% no ano, a Meanwhile se posiciona como ponte institucional para soluções de poupança e aposentadoria de longo prazo em BTC. (16)
Foram fechados 25 negócios na semana anterior; o setor de Dados respondeu por 10, representando 38% do total. Infra teve 9 (36%), Social 1 (4%), Gamefi 2 (8%) e DeFi 3 (38%).
Resumo Semanal de Negócios de Venture, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures, em 13 de outubro de 2025
O volume total divulgado de captação na semana foi de US$2.724 milhões; 20% dos negócios (5/25) não informaram valor arrecadado. O maior volume veio do setor DeFi, com US$2.022 milhões. Principais deals: PolyMarket US$2 bilhões, Kalshi US$300 milhões.
Resumo Semanal de Negócios de Venture, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures, em 13 de outubro de 2025
O fundraising semanal totalizou US$2.724 milhões na segunda semana de outubro de 2025, alta de +713% sobre a semana anterior. No comparativo anual, o volume disparou +4.597% frente ao mesmo período de 2024.
A Gate Ventures, braço de venture capital da Gate.com, investe em infraestrutura descentralizada, middleware e aplicações que vão transformar o mundo na era Web 3.0. Em parceria com líderes globais, a Gate Ventures apoia times e startups promissoras, com ideias e capacidade para redefinir as relações sociais e financeiras.
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