Análise do movimento do mercado após a reunião do FOMC e o impacto das tarifas equivalentes

I. Revisão Macroeconómica da Semana

1. Resumo do mercado

O mercado de ações dos EUA subiu ligeiramente esta semana, mas ainda permanece em uma tendência de queda, com baixa atividade de negociação. A relação Put/Call diminuiu, indicando que parte do capital começou a comprar na baixa. No mercado de commodities, o ouro continuou a subir após ultrapassar 3000 dólares por onça, com o preço do cobre subindo 0,8%, acumulando um aumento de mais de 11% nos últimos três meses. O preço do petróleo manteve-se estável próximo de 68 dólares por barril, enquanto o preço do gás natural caiu. O mercado de criptomoedas está geralmentes morno, com o Bitcoin oscillando em torno de 84 mil dólares, sem força para subir, e outras criptomoedas seguindo a volatilidade do Bitcoin.

2. Análise da reunião do FOMC

O Fed mantém o princípio da "dependência de dados", evitando comprometer-se com um calendário específico de cortes nas taxas, para manter a flexibilidade da política em face da incerteza. Em termos táticos, o Fed adotou três medidas-chave:

1. Ajustar a gestão das expectativas de inflação: enfatizar os dados das expectativas de inflação de 5 anos da Reserva Federal de Nova Iorque, minimizando o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, para reduzir o ruído do mercado.

2. Reafirmar a "inflação temporária": minimizar o impacto a longo prazo das tarifas sobre a inflação, proporcionando espaço político para cortes nas taxas de juros e evitando que o mercado entre em pânico de estagflação.

3. Ajustar o ritmo da redução do balanço (QT): embora a liquidez seja abundante, o Fed pode desacelerar o QT para mitigar o impacto na liquidez que pode advir de problemas com o teto da dívida.

3. Mudanças no mercado de liquidez e taxas de juros

A liquidez ampla alcançou 6,1 trilhões esta semana, com a saída de contas TGA a impulsionar a melhoria da liquidez. O uso da janela de desconto do Federal Reserve caiu, indicando alívio na pressão sobre os fundos do mercado. No que diz respeito ao mercado de taxas de juros, as expectativas de corte na taxa permanecem estáveis, com uma probabilidade de 67% de um corte em junho e uma previsão de três cortes ao longo do ano. No mercado de dívida, as taxas de juros de curto prazo estão a cair mais rapidamente do que as de longo prazo, inclinando a curva de rendimentos, refletindo uma maior certeza do mercado em relação aos cortes de juros, mas ainda existem preocupações sobre um possível aumento da inflação. No mercado de crédito, o spread do crédito de grau de investimento alargou, o risco de crédito subiu ligeiramente, a aversão ao risco do mercado diminuiu, mas ainda não surgiram sinais de risco sistêmico.

II. Perspetiva Macroeconómica da Próxima Semana

1. A tarifa de igualação tornou-se o foco do mercado

As tarifas de igualação que entram em vigor a 2 de abril são um foco de atenção do mercado. A intensidade das tarifas, incluindo a taxa e a abrangência, afetará os preços dos produtos, o que, por sua vez, afetará a inflação e os lucros das empresas. Se forem superiores ao esperado, podem aumentar os custos de importação, pressionando os lucros das empresas e colocando o mercado de ações e o mercado de dívida sob pressão. Além disso, se desencadear retaliações de outros países, isso agravará a tensão na cadeia de abastecimento, elevará a inflação, ameaçará o crescimento econômico global e poderá provocar vendas em pânico no mercado, reforçando a lógica do "trading de estagflação".

2. O sentimento cauteloso do mercado continua

Apesar da queda do VIX, os sinais de risco no mercado de crédito aumentaram, indicando que o mercado ainda não se desvencilhou completamente do modo de pânico. Os investidores tendem a reduzir a exposição ao risco, aumentando a posse de ativos de proteção como o ouro e os títulos do governo. A direção da política do Federal Reserve será influenciada pelos impostos sobre as importações e a inflação: se os impostos elevarem a inflação, o Federal Reserve poderá apertar a política mais cedo, resultando em uma contração da liquidez do mercado e aumentando a volatilidade; se a inflação for controlável, o Federal Reserve poderá continuar a manter uma postura dovish, proporcionando um amortecedor para o mercado.

3. Sugestões de Estratégia

O mercado ainda se encontra numa fase de incerteza quanto à política e à precificação de riscos. A estratégia de curto prazo deve ter como núcleo a "defesa + ataque flexível", evitando riscos de cauda enquanto aproveita oportunidades de fase do mercado. Os investidores devem manter-se alertas e acompanhar de perto a reação do mercado após a implementação das tarifas recíprocas e os ajustes da política da Reserva Federal.