Estive a olhar para este movimento durante toda a noite e reparei num fenómeno bastante interessante.

À primeira vista, o preço está realmente a cair, mas se fizeres as contas à taxa de financiamento vais perceber que — as comissões pagas por quem abre posições curtas acabam por anular totalmente os lucros em aberto, enquanto os comprados recebem uma ronda de taxas mas depois perdem tudo com a queda do preço. Ou seja, o dinheiro anda de um lado para o outro e, no fim, ninguém ganha nada.

A intenção por trás deste impasse é bastante clara: o mercado está a filtrar participantes. Aqueles que não aguentam a pressão ou que não definiram previamente um stop-loss acabam por ser eliminados, de forma ativa ou passiva. Quando as posições em prejuízo forem suficientemente limpas, só então é que as posições restantes terão espaço para lucrar.

Na minha opinião, antes de uma queda a sério ainda pode haver um movimento brusco para cima. O objetivo é sacudir primeiro aqueles que entram curtos em cima do movimento ou os impacientes do outro lado da negociação. No fundo, neste jogo, alguém tem sempre de pagar para aprender — ou não tens disciplina, ou não tens uma boa gestão de risco. Há sempre um motivo para cada um.

Por isso, para quem procura ganhos rápidos a curto prazo, o melhor é manter-se afastado deste tipo de mercado.