Resumo IA: De Bruxelas a Zárate, a tecnologia em conflito

Fonte: CriptoTendencia Título Original: Resumo IA: De Bruxelas a Zárate, a tecnologia em conflito Link Original: A Inteligência Artificial [image]IA( não está apenas a redefinir o futuro, mas está a transformar ativamente o nosso presente em todos os domínios, desde a regulação legal até à produção de bens essenciais. Esta semana, a tecnologia foi protagonista de notícias de grande impacto que demonstram a urgência de estarmos atualizados.

• Europa investiga o WhatsApp por possível abuso de posição dominante.
• mAbxience e HP unem-se para acelerar biossimilares com inteligência artificial.
• IA prevê a floração e revoluciona o trabalho do apicultor.
• Argentina pioneira: uma IA é nomeada funcionária municipal.
• A IA potencia as burlas, segundo o FBI Miami.

Europa investiga o WhatsApp por possível abuso de posição dominante

O WhatsApp, propriedade da Meta Platforms, a empresa-mãe do Facebook, parece enfrentar uma investigação antitrust na União Europeia, onde os reguladores afirmaram estar a investigar a política de inteligência artificial do serviço de mensagens.

A Comissão Europeia indicou que abriu a investigação formal devido a preocupações sobre a decisão do WhatsApp de limitar o acesso a fornecedores de IA de terceiros.

De facto, Teresa Ribiera, vice-presidente da comissão responsável pelos assuntos da concorrência, expressou que se pretende evitar que as grandes empresas tecnológicas excluam concorrentes inovadores. “Por isso estamos a investigar se a nova política da Meta poderá ser ilegal à luz das regras da concorrência, e se devemos agir rapidamente para prevenir qualquer possível dano irreparável à concorrência no setor da IA.”

mAbxience e HP unem-se para acelerar biossimilares com inteligência artificial

A mAbxience anunciou um novo projeto para desenvolver uma solução inovadora de inteligência artificial que otimiza o processo de produção de anticorpos monoclonais e biossimilares.

Tudo isto através da criação de um gémeo digital do processo biológico, desenhado para melhorar a produtividade, a consistência e a eficiência na produção em grande escala.

“Graças a esta colaboração com a HP, desenvolvemos com sucesso o nosso primeiro protótipo, que permite campanhas de fabrico mais eficientes, mais robustas e ainda mais controladas. Este projeto demonstra como a inovação tecnológica pode traduzir-se diretamente num melhor acesso dos doentes a terapias biológicas essenciais”, comentou Iván Sánchez, Diretor de I&D na mAbxience.

IA prevê a floração e revoluciona o trabalho do apicultor

O objetivo da equipa dos departamentos de Engenharia Electrónica e de Computadores e Zoologia da Universidade de Córdoba é reduzir a incerteza e conhecer com precisão a duração da floração.

O sistema que desenharam permite saber o momento exato da floração para cada colmeia, graças a um sensor de peso. “Observando como varia o peso da colmeia ao longo do dia, analisando a curva que resulta das medições de peso a cada 5 minutos, obtemos informação sobre a fase da floração em que nos encontramos”, explica Andrés Gersnoviez, autor principal do trabalho.

Igualmente, “Se souberes a que horas ocorre o peso mínimo da colmeia, que é quando saem para procurar alimento, e quando é o máximo, sabes que já regressaram. Além disso, saber se esse mínimo e/ou máximo têm forma de pico ou de vale, assim como a diferença de peso desde o início até ao fim do dia, tudo em conjunto informa-nos quanto tempo demoraram a regressar e o sucesso que tiveram na procura, o que permite determinar em que fase de floração nos encontramos”, sublinha o investigador.

Para além disto, a equipa desenvolveu um classificador baseado em IA que utiliza dados dos sensores da colmeia para prever e descrever o período de floração. Este sistema não só determina se a colmeia está antes, durante ou depois da floração, como também consegue distinguir com precisão as fases inicial e final desse período, oferecendo uma ferramenta avançada para a gestão apícola.

Argentina pioneira: uma IA é nomeada funcionária municipal

O município de Zárate, na província de Buenos Aires, oficializou a ZARA como Diretora Geral de Atendimento ao Munícipe Não Humana, dependente da Subsecretaria de Inovação e Acessibilidade Digital. Tornando-se a primeira cidade argentina a integrar formalmente uma inteligência artificial na sua estrutura estatal.

A partir do Decreto Municipal Nº 532/2025, foi designada a ZARA como o primeiro funcionário municipal NÃO HUMANO com o cargo de diretora geral. Isto implica que terá competências para resolver processos e assinar resoluções.

“Percorremos todo um caminho para compreender como funciona um bot: como é o diálogo, consultámos todas as empresas convidadas a apresentar propostas, a dinâmica da IA, a informação inserida, etc. Ainda não está em funcionamento. Está a ser treinada e depois será colocada em prática”, afirmou Marcelo Matzkin, presidente da câmara de Zárate, município da Grande Buenos Aires.

Aliás, Matzkin afirmou que “a ZARA não substitui os trabalhadores municipais, potencia-os”, e destacou que a ferramenta permitirá um atendimento mais eficiente, constante e acessível, sem comprometer a qualidade do serviço.

A IA potencia as burlas, segundo o FBI em Miami

O escritório do FBI em Miami emitiu um alerta aos residentes do sul da Florida para a época festiva, após identificar o uso de inteligência artificial generativa por cibercriminosos para aperfeiçoar burlas clássicas e dificultar a sua deteção através dos métodos tradicionais.

Em particular, o FBI lançou a iniciativa “Take a Beat”, recomendando a utilização de uma palavra-chave familiar para verificar a identidade de uma pessoa que se faça passar por outra em chamadas telefónicas e a configuração dos padrões de privacidade nas redes sociais para limitar o acesso a amostras de voz.

Além disso, sugerem desconfiar dos identificadores de chamadas devido à possibilidade de falsificação e evitar métodos de pagamento não tradicionais, como cartões de oferta ou criptomoedas.

Terminamos com esta reflexão: O maior perigo da nossa época não é que as máquinas pensem como os homens, mas sim que os homens pensem como máquinas.