Empresas cotadas na Bolsa Mexicana de Valores 2025: Guia para investidores no mercado mais dinâmico da América Latina

Em 2025, a Bolsa Mexicana de Valores posiciona-se como um mercado de oportunidades para aqueles que procuram diversificar o seu portefólio além dos Estados Unidos. Com um desempenho que surpreende ao superar os principais índices norte-americanos, o S&P/BMV IPC acumulou um avanço próximo dos 21,7% nos últimos 12 meses, consolidando-se como uma alternativa atrativa num ambiente económico global incerto.

A Bolsa Mexicana de Valores: Segunda potência financeira da América Latina

A Bolsa Mexicana de Valores (BMV) é o principal mercado de capitais do México e a segunda bolsa mais grande da América Latina, depois apenas da do Brasil. É a quinta mais importante do continente americano e faz parte do Grupo BMV, que também gere a MexDer (mercado de derivados) e a Indeval (depósito centralizado de valores).

A BMV foi constituída em 1978 através da fusão de três bolsas regionais: a Bolsa de Valores do México na Cidade do México, a Bolsa de Occidente em Guadalajara e a Bolsa de Monterrey. Desde então, evoluiu para oferecer múltiplos instrumentos financeiros como ações, derivados, renda fixa e fundos cotados (ETFs), atraindo tanto investidores nacionais como estrangeiros.

Quantas empresas cotizam na Bolsa Mexicana de Valores?

Atualmente, 145 empresas estão na bolsa de valores do México, das quais 140 são de origem mexicana. Este número relativamente modesto reflete que o mercado de capitais mexicano é pequeno em comparação com o tamanho da sua economia, especialmente quando se considera que as cinco maiores empresas do mercado norte-americano ultrapassam em mais de 15 vezes o valor total de toda a Bolsa Mexicana de Valores.

Apesar do seu tamanho, o mercado mexicano caracteriza-se por uma alta concentração de valor em poucas empresas. O principal indicador do mercado, o Índice de Preços e Cotações (S&P/BMV IPC), agrupa as 36 maiores empresas cotadas, que representam apenas 25% do total de empresas cotadas, mas concentram aproximadamente 80% do valor de mercado total.

Indicador principal: O S&P/BMV IPC

O S&P/BMV IPC é o termómetro do mercado mexicano. Este índice é ponderado por capitalização de mercado e é revisto semestralmente (em março e setembro) para refletir a composição atual do mercado. As suas métricas fundamentais revelam:

  • Número de componentes: 35 empresas
  • Capitalização média: 221.939 milhões de MXN
  • Intervalo de capitalização: De 17.882 até 1.279.282 milhões de MXN
  • Rendimento anualizado (1 ano): 29%
  • Rendimento anualizado (5 anos): 15%
  • Rendimento anualizado (10 anos): 6,44%

A ponderação do índice revela a importância de certos setores. Os três setores com maior peso são: produtos básicos de consumo (30,9%), materiais (26,2%) e industrial (12,3%). As 10 principais empresas concentram 71,6% da ponderação total do índice, enquanto a empresa com maior peso representa 12,4% do mesmo.

As empresas que impulsionam o mercado mexicano: Análise dos líderes

As cinco maiores empresas que estão na bolsa de valores mexicana —Walmart de México, América Móvil, Grupo México, Fomento Económico Mexicano (FEMSA) e Grupo Financiero Banorte— representam aproximadamente 44,2% da capitalização bolsista total da BMV. No índice S&P/BMV IPC, estas mesmas empresas concentram cerca de 55,8% do valor, confirmando o seu papel estrutural como pilares do mercado financeiro mexicano.

Walmart de México: Liderança no retalho

Walmart de México SAB de CV é o maior retalhista do país, operando armazéns, lojas de desconto, hipermercados, supermercados e clubes com presença destacada no México e na América Central. Fundada por Jerónimo Arango em 1958, a empresa consolidou a sua posição atraindo milhões de clientes através de uma estratégia de variedade de produtos e preços competitivos.

Dados de mercado (a 11 de novembro de 2025):

  • Capitalização bolsista: 1,10 B MXN
  • Intervalo de preços: 61,43 $ - 63,97 $
  • Intervalo anual: 50,79 $ - 67,34 $
  • Índice PER: 21,86
  • Rentabilidade por dividendo: 3,83%

No segundo trimestre de 2025, a Walmart de México registou vendas de 246.253,8 milhões de pesos frente a 227.415,1 milhões no mesmo período de 2024, embora o seu lucro líquido tenha diminuído para 11.226,9 milhões de pesos, de 12.510,1 milhões no 2T24. Barron’s mantém uma recomendação de “sobreponderar” para a empresa.

América Móvil: Potência das telecomunicações

América Móvil, S.A.B. de C.V. é uma multinacional de telecomunicações com sede na Cidade do México que opera em 23 países na América e Europa, servindo mais de 323 milhões de utilizadores. Posiciona-se como a maior empresa de telecomunicações do continente americano e a sétima a nível mundial em termos de assinantes. Além de telefonia móvel, oferece serviços de publicidade, operação de centros de chamadas e é proprietária de torres de comunicação. A empresa está controlada pelo Grupo Carso, cujo acionista maioritário é Carlos Slim.

Dados de mercado (a 11 de novembro de 2025):

  • Capitalização bolsista: 70,75 mil M USD
  • Intervalo de preços: 32.800,00 $ - 35.160,00 $
  • Intervalo anual: 15.675,00 $ - 40.000,00 $

No terceiro trimestre de 2025, a América Móvil registou receitas de 232.920 milhões de pesos mexicanos, o que representou um crescimento interanual de 4,2%. O seu lucro líquido atingiu 22.700 milhões de pesos mexicanos. O consenso de analistas da Investing.com mantém uma recomendação de “Compra” com um preço-alvo médio de 21.323 MXN.

Grupo México: Mineração e transportes

Grupo México é um conglomerado fundado em 1978 que opera em três divisões principais: Minera México, Grupo México Transportes e Grupo México Infraestrutura. A sua divisão mineira é a maior empresa mineira do México e a terceira maior produtora de cobre do mundo, enquanto a sua divisão de transportes opera a maior frota ferroviária do país.

Dados de mercado (a 11 de novembro de 2025):

  • Capitalização bolsista: 1,27 B MXN
  • Intervalo de preços: 158,68 $ - 162,51 $
  • Intervalo anual: 91,08 $ - 167,85 $
  • Índice PER: 17,71
  • Rentabilidade por dividendo: 2,71%

No terceiro trimestre de 2025, o Grupo México aumentou as suas receitas em 11%, até 4.590 milhões de dólares, enquanto o seu lucro líquido disparou mais de 50%, atingindo 1.290 milhões de dólares. Barron’s atribui um preço-alvo médio de 8,33 USD para as ações Classe B com classificação “Vender”.

FEMSA: Bebidas, retalho e restaurantes

Fomento Económico Mexicano S.A.B. de C.V. (FEMSA) é a maior empresa multinacional mexicana no setor de bebidas, sendo o principal engarrafador da Coca-Cola a nível mundial. Fundada em 1890 em Monterrey, a FEMSA é também líder no comércio retalhista, restaurantes e farmácias, com presença em 17 países além do México.

Dados de mercado (a 11 de novembro de 2025):

  • Capitalização bolsista: 583,28 mil M MXN
  • Intervalo de preços: 174,48 $ - 180,00 $
  • Intervalo anual: 156,00 $ - 212,11 $
  • Índice PER: 38,85
  • Rentabilidade por dividendo: 7,4%

No terceiro trimestre de 2025, as receitas totais consolidadas da FEMSA cresceram 9,1%, até 214.638 milhões de pesos, mas o lucro líquido caiu 36,8%, para 5.838 milhões de pesos, devido a perdas cambiais e maiores despesas financeiras. A análise de investimento mantém uma recomendação de “Compra”.

Banorte: Instituição financeira líder

Grupo Financiero Banorte, S.A.B. de C.V. é a segunda maior instituição bancária do México e da América Latina, fundada em 1992 com sede em San Pedro Garza García. O Banorte opera com as marcas Banorte e Ixe, oferecendo produtos como contas de poupança, cartões de crédito, empréstimos, hipotecas e serviços comerciais. Com 22 milhões de clientes, mais de 1.000 agências e 7.000 caixas automáticos, o Banorte é também o gestor de pensões mais antigo do país.

Dados de mercado (a 11 de novembro de 2025):

  • Capitalização bolsista: 534,70 mil M MXN
  • Intervalo de preços: 178,03 $ - 186,44 $
  • Intervalo anual: 131,60 $ - 187,29 $
  • Índice PER: 9,02
  • Rentabilidade por dividendo: 7,30%

No terceiro trimestre de 2025, o Banorte registou um resultado líquido de 13.008 milhões de pesos, representando uma queda interanual de 9%. No entanto, Barron’s atribui uma recomendação de “Sobreponderar (Overweight)”.

Contexto macroeconómico: Porque 2025 é diferente

A economia mexicana em 2025 mostra resiliência perante um ambiente internacional complexo. Após o regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, os primeiros episódios de volatilidade derivados de medidas comerciais tiveram um impacto moderado no México graças à força do consumo interno e à entrada constante de investimento relacionado com o nearshoring (relocalização de manufaturas desde a Ásia para a América Latina).

A inflação continua em descida, situando-se perto de 3,5% ao ano, permitindo ao Banco do México iniciar cortes nas taxas. A autoridade monetária mantém um tom prudente devido ao facto de a inflação subjacente ainda estar acima do objetivo. O peso mexicano tem mostrado resiliência, movendo-se dentro de um intervalo limitado sem depreciações abruptas significativas, mesmo durante momentos de maior tensão comercial.

O S&P/BMV IPC cresceu cerca de 21% em 2025 até agora, mantendo-se em níveis próximos de 63.000–64.000 pontos, refletindo a estabilidade das principais empresas na bolsa e o crescente interesse de investidores estrangeiros no México como destino de investimento.

A oportunidade de investimento: Diversificação estratégica

Para investidores que concentraram a maior parte dos seus ativos nos Estados Unidos, 2025 apresenta uma verdadeira oportunidade de reequilibrar as suas estratégias. O desempenho do mercado mexicano contrasta notavelmente com o dos principais índices norte-americanos, que permanecem planos ou em terreno negativo.

Esta surpresa positiva ocorre apesar de um ambiente que parecia desfavorável com a aplicação de tarifas de 25% a produtos mexicanos e a incerteza geopolítica. A Bolsa Mexicana demonstrou resiliência apoiada pelo nearshoring, pelo consumo interno robusto e pelo desempenho sólido de empresas líderes como América Móvil, FEMSA e Grupo México.

Uma estratégia equilibrada pode combinar exposição a ações mexicanas, presença seletiva em ativos norte-americanos e obrigações locais de ambas as economias. Esta combinação permite captar diferenças de rendimento e mitigar riscos comerciais, monetários e geopolíticos, oferecendo ao investidor um horizonte mais robusto num ano de transformações importantes para os mercados globais.

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