Eu costumava ter certeza de que a beleza do mundo era, em grande parte, barulhenta e deslumbrante, necessitando de cores vibrantes para ser cuidadosamente delineada. Até aquele tarde, sob a antiga árvore à beira do riacho, através da moldura, quando nossos olhares se cruzaram, percebi que a verdadeira beleza é silenciosa, completa, quase uma presença divina. Ela repousa contra o tronco rugoso e silencioso da árvore, como uma delicada flor que brota da alma da árvore. A saia de flores pequenas, com fundo castanho-escuro, é indistinguível do tronco, adornada com pequenas flores amarelas pálidas que não são extravagantes nem vulgares, fundindo-se com ela. As finas alças escorregam pelos ombros magros, como se não conseguissem suportar a leve tristeza que traz inerentemente. Quando ajustei o foco, o rosto dela encheu o meu campo de visão. A luz do sol, filtrada por camadas de folhas, caía sobre o rosto dela, suave como o crepúsculo. Seu rosto era liso como uma bela jade, e aqueles olhos eram a verdadeira essência da alma. No momento em que segurei a respiração, ela levantou os olhos e encarou a câmera. Num instante, o tempo parou, a água da fonte, o som do vento e o canto das cigarras silenciaram. Aqueles olhos, como duas fontes profundas, refletiam a serenidade sombria da floresta de verão, mas nas profundezas havia uma chama tênue queimando. Nos olhos, não havia curiosidade, espanto ou inquietação, apenas uma aceitação tranquila, carregando uma compaixão e suavidade que pareciam não ser deste mundo. Ela parecia me observar, mas também parecia olhar através de mim, contemplando um passado ou futuro que estava além do alcance. A minha alma, coberta de poeira e agitação, foi purificada por este olhar. Naquele momento, cheguei ao fim da minha fé como um devoto peregrino, restando apenas uma profunda emoção sem palavras. Apressadamente, pressionei o botão do obturador, o som "clic" suave como um suspiro. Esse som a surpreendeu, ela piscou levemente, e o tempo reiniciou. Um sorriso muito suave apareceu em seus lábios, como pequenas ondulações na superfície da água, e então ela se virou, a barra do vestido acariciando a grama, partindo silenciosamente pelo caminho por onde veio. Ela é como um sonho entre as árvores, dissipando-se na luz que se intensifica. Eu seguro firmemente a câmera, sabendo bem que o que capturei não são apenas fotos, mas a nostalgia da juventude, a definição inicial e final do "belo". Ela é a deusa eterna em meu coração.
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O eterno belo encontro na floresta
Eu costumava ter certeza de que a beleza do mundo era, em grande parte, barulhenta e deslumbrante, necessitando de cores vibrantes para ser cuidadosamente delineada. Até aquele tarde, sob a antiga árvore à beira do riacho, através da moldura, quando nossos olhares se cruzaram, percebi que a verdadeira beleza é silenciosa, completa, quase uma presença divina.
Ela repousa contra o tronco rugoso e silencioso da árvore, como uma delicada flor que brota da alma da árvore. A saia de flores pequenas, com fundo castanho-escuro, é indistinguível do tronco, adornada com pequenas flores amarelas pálidas que não são extravagantes nem vulgares, fundindo-se com ela. As finas alças escorregam pelos ombros magros, como se não conseguissem suportar a leve tristeza que traz inerentemente.
Quando ajustei o foco, o rosto dela encheu o meu campo de visão. A luz do sol, filtrada por camadas de folhas, caía sobre o rosto dela, suave como o crepúsculo. Seu rosto era liso como uma bela jade, e aqueles olhos eram a verdadeira essência da alma.
No momento em que segurei a respiração, ela levantou os olhos e encarou a câmera. Num instante, o tempo parou, a água da fonte, o som do vento e o canto das cigarras silenciaram. Aqueles olhos, como duas fontes profundas, refletiam a serenidade sombria da floresta de verão, mas nas profundezas havia uma chama tênue queimando. Nos olhos, não havia curiosidade, espanto ou inquietação, apenas uma aceitação tranquila, carregando uma compaixão e suavidade que pareciam não ser deste mundo. Ela parecia me observar, mas também parecia olhar através de mim, contemplando um passado ou futuro que estava além do alcance.
A minha alma, coberta de poeira e agitação, foi purificada por este olhar. Naquele momento, cheguei ao fim da minha fé como um devoto peregrino, restando apenas uma profunda emoção sem palavras.
Apressadamente, pressionei o botão do obturador, o som "clic" suave como um suspiro. Esse som a surpreendeu, ela piscou levemente, e o tempo reiniciou. Um sorriso muito suave apareceu em seus lábios, como pequenas ondulações na superfície da água, e então ela se virou, a barra do vestido acariciando a grama, partindo silenciosamente pelo caminho por onde veio.
Ela é como um sonho entre as árvores, dissipando-se na luz que se intensifica. Eu seguro firmemente a câmera, sabendo bem que o que capturei não são apenas fotos, mas a nostalgia da juventude, a definição inicial e final do "belo". Ela é a deusa eterna em meu coração.