Halal ou Haram: o que dizem os estudiosos islâmicos sobre futuros

Os traders muçulmanos frequentemente enfrentam a questão: é permitido negociar futuros de acordo com a Sharia? A resposta não é clara, mas a maioria das organizações islâmicas respeitáveis considera os futuros tradicionais como proibidos.

Por que os futuros são considerados haram:

Harar (incerteza) — no Islã, é proibido vender aquilo que você não possui. Os futuros, por sua vez, implicam a negociação de contratos sobre ativos que você não possui no momento da transação.

Riba (procentos) — os futuros frequentemente incluem negociação de margem com alavancagem, bem como taxas noturnas e juros. Qualquer forma de riba é estritamente proibida.

Maysir (especulação e jogos de azar) — a negociação de futuros é muito semelhante a jogos de azar, onde o lucro depende exclusivamente do movimento do preço, e não do valor real do ativo.

Atraso na entrega e pagamento — A Sharia exige que pelo menos uma das partes do contrato seja cumprida imediatamente. Os futuros preveem o adiamento de ambas as partes.

Quando isso pode ser halal:

Alguns economistas islâmicos permitem contratos a prazo sob condições rigorosas:

• O ativo deve ser halal e material.
• O vendedor possui o ativo ou tem o direito de o vender
• O contrato serve para hedging, e não para especulação
• Não existem margem de crédito, juros e venda a descoberto

Estes contratos são chamados de forwards islâmicos (salam), e não de futuros tradicionais.

Posição de organizações autoritárias:

AAOIFI (Organização de contabilidade das instituições financeiras islâmicas) — proíbe futuros tradicionais.

Darul Uloom Deoband e outras instituições islâmicas tradicionais geralmente consideram os futuros haram.

Alternativas para investimento halal:

Se você está procurando maneiras de investir que estejam de acordo com a Sharia, considere:

• Fundos mútuos islâmicos
• Ações de empresas halal
• Sukuk ( obrigações islâmicas )
• Investimentos em ativos reais

Resultado: a negociação tradicional de futuros é considerada haram na sua maior parte devido ao caráter especulativo, aos juros e à ausência de propriedade real do ativo.