Faltam 7 dias para a mesa redonda da SEC! Moedas de privacidade, DeFi e RWA: três grandes campos de batalha decisivos

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) anunciou oficialmente que irá realizar uma “Mesa Redonda sobre Monitorização Financeira e Privacidade” na sua sede em Washington D.C., no dia 15 de dezembro, das 13h00 às 17h00, com transmissão integral pela internet. Esta reunião deverá ser um ponto de diálogo fundamental entre reguladores, investigadores em tecnologias de privacidade e participantes do mercado. O objetivo central é discutir como as empresas de criptoativos recolhem dados e de que forma a regulação federal deve equilibrar a proteção da privacidade dos utilizadores com a execução da monitorização financeira.

Três grandes temas centrais da mesa redonda: Privacidade, DeFi, RWA

SEC圓桌會議

A agenda da mesa redonda da SEC foi desenhada com grande precisão, focando-se em três áreas de controvérsia essenciais. O primeiro campo de batalha é o equilíbrio entre tecnologias de privacidade e monitorização financeira. Num contexto em que ferramentas de privacidade como Tornado Cash e Samourai Wallet têm sido alvo de escrutínio devido a preocupações com branqueamento de capitais, a SEC afirmou claramente que esta reunião irá discutir como as novas tecnologias podem reajustar as medidas de monitorização financeira sem sacrificar o direito à privacidade dos cidadãos.

As “provas de conhecimento zero” (Zero-Knowledge Proofs) são o núcleo técnico deste tema. Esta técnica criptográfica permite que uma parte prove a outra que uma afirmação é verdadeira, sem revelar qualquer informação adicional. Em aplicações financeiras, as provas de conhecimento zero podem permitir o cumprimento de requisitos regulatórios como anti-branqueamento de capitais (AML) e conheça o seu cliente (KYC), protegendo simultaneamente a privacidade do utilizador. Por exemplo, um utilizador pode provar que não está numa lista de sanções sem revelar a sua identidade específica.

No entanto, os reguladores mantêm uma postura cautelosa em relação a esta tecnologia. O Departamento do Tesouro e o Departamento de Justiça dos EUA expressaram repetidamente que uma proteção excessiva da privacidade pode facilitar atividades criminosas. Os desenvolvedores da Tornado Cash foram acusados de alegadamente assistirem ao branqueamento de capitais, estando o caso ainda a ser julgado – o seu desfecho terá impacto profundo em toda a indústria da privacidade tecnológica. A mesa redonda de 15 de dezembro poderá ser o momento em que a SEC clarifique a sua posição nesta matéria.

O segundo campo de batalha é a regulação das finanças descentralizadas (DeFi). O grande formador de mercado Citadel Securities defende que a SEC deve aplicar regras mais rigorosas aos protocolos DeFi que envolvem negociação de ações americanas tokenizadas, não devendo permitir que estes evitem a definição legal de “bolsa” ou “intermediário”. Esta posição reflete a ansiedade das instituições financeiras tradicionais: se os protocolos DeFi escaparem à regulação, poderão competir de forma injusta com entidades tradicionais sujeitas a forte supervisão.

Scott Bauguess, vice-presidente de políticas globais de regulação da maior bolsa de criptoativos regulada dos EUA, rebate fortemente, afirmando que não se devem impor obrigações regulatórias de intermediários às bolsas descentralizadas (DEX). Salienta que as DEX não controlam ativos como os intermediários, e aplicar regras antigas a estas plataformas pode introduzir riscos inexistentes no contexto atual, sendo tecnicamente “inviável”. O cerne do debate é saber se os protocolos descentralizados podem ser considerados entidades financeiras tradicionais e como implementar uma regulação eficaz sem sufocar a inovação.

O terceiro campo de batalha é o quadro regulatório para a tokenização de ativos do mundo real (RWA). A Ondo Finance apelou publicamente, a 5 de dezembro, para que a SEC estabeleça um caminho de conformidade para dívida pública tokenizada e outros RWA, defendendo que estes ativos já cumprem a legislação de valores mobiliários existente e devem poder ser emitidos em blockchains públicas e permissionadas. A tokenização de RWA consiste em representar ativos tradicionais como imobiliário, obrigações e ações sob a forma de tokens na blockchain, podendo teoricamente reduzir drasticamente custos de transação e aumentar a liquidez.

Três temas da mesa redonda da SEC de 15 de dezembro

Regulação de tecnologias de privacidade: provas de conhecimento zero, moedas de privacidade (como Zcash), caminhos de conformidade para aplicações não custodiais

Regulação do DeFi: se as DEX devem ser consideradas bolsas ou intermediários, e as regras para a negociação de ações americanas tokenizadas

Regras para tokenização de RWA: quadros para emissão e negociação de ativos tradicionais tokenizados, como dívida pública e imobiliário

Jogo político: mudança regulatória da SEC na era Trump

O contexto político desta mesa redonda é especialmente sensível. O presidente da SEC, Paul Atkins, é um nomeado de Trump e conhecido como pró-cripto. Em reuniões recentes, sublinhou que, para promover a inovação, o investimento e o emprego nos EUA, é necessário oferecer caminhos de conformidade que permitam aos participantes do mercado explorar as capacidades únicas das novas tecnologias. Esta posição contrasta fortemente com o estilo de aplicação rigorosa do antecessor Gary Gensler.

No entanto, a comissária democrata cessante Caroline Crenshaw alertou que produtos tokenizados comercializados como “valores mobiliários embrulhados” podem não ser réplicas exatas dos ativos subjacentes, apresentando riscos como menor liquidez e diferenças nos direitos de propriedade. Este alerta reflete divisões internas entre os reguladores em relação às criptomoedas – nem todos apoiam uma abertura rápida.

A reunião é liderada pela comissária Hester Peirce, há muito conhecida como “Crypto Mom” devido ao seu apoio à indústria cripto. Peirce tem criticado várias vezes a estratégia da SEC de regular através da aplicação, defendendo que o setor deve ser guiado por regras claras e não punido retroativamente através de litígios. A mesa redonda sob a sua liderança poderá emitir sinais relativamente favoráveis.

Embora a SEC sublinhe que este evento não visa criar imediatamente novas regras, o mercado acredita amplamente que os temas discutidos irão influenciar diretamente o rumo da política regulatória em 2026 e além. As conclusões e consensos desta reunião servirão de referência para a elaboração futura de regras, e as posições dos intervenientes podem também influenciar o processo legislativo.

Pedido de ETF de Zcash da Grayscale e o futuro das moedas de privacidade

A procura por tecnologias de privacidade está a aumentar significativamente. Às vésperas da reunião, a Grayscale Investments submeteu no final de novembro um pedido de registo à SEC para um fundo cotado em bolsa (ETF) de Zcash ($ZEC). A empresa refere que os investidores estão cada vez mais interessados em criptoativos com funcionalidades de privacidade, e que o Zcash poderá ser uma peça importante na diversificação de carteiras.

O timing do pedido é estrategicamente relevante. Ao apresentar o pedido de ETF de Zcash antes da mesa redonda, a Grayscale espera claramente influenciar a discussão sobre políticas para moedas de privacidade e posicionar o Zcash de modo positivo. Se a reunião emitir sinais favoráveis à privacidade, as probabilidades de aprovação do ETF aumentam substancialmente. Pelo contrário, se a conclusão for de regulação apertada, o pedido da Grayscale poderá enfrentar grandes obstáculos.

A lista de convidados desta mesa redonda captou grande atenção da comunidade, sendo especialmente notada a presença do fundador do Zcash, Zooko Wilcox. Especialistas da Aleo Network Foundation, Digital Asset e da American Civil Liberties Union (ACLU) participarão igualmente. O encontro entre defensores da privacidade e reguladores indica que a discussão sobre provas de conhecimento zero e aplicações não custodiais será aprofundada.

Atualmente, a maioria das bolsas utiliza sistemas de rastreio complexos para identificar fraudes, mas críticos referem que alguns instrumentos recolhem informação muito além do necessário, podendo travar a adoção tecnológica. A SEC admite que uma proteção inadequada de dados enfraquecerá a confiança do mercado, sendo, por isso, essencial encontrar um “meio-termo” entre regulação e tecnologia. Esta posição sugere que a SEC poderá não adotar uma proibição total, procurando antes um equilíbrio entre privacidade e necessidades regulatórias.

Confronto direto entre a Citadel e bolsas americanas

Na recente reunião do Comité Consultivo de Investidores da SEC, vieram ao de cima as tensões entre gigantes das finanças tradicionais e empresas cripto nativas. A diretora-geral sénior da BlackRock, Samara Cohen, referiu que existem visões diametralmente opostas entre os membros do grupo, o que reflete os desafios do mercado e sugere que as soluções poderão ser diversas.

O ponto de discórdia partiu da posição firme da Citadel Securities. Este grande formador de mercado defende que a SEC deve aplicar regras mais rigorosas aos protocolos DeFi que envolvam negociação de ações americanas tokenizadas, não permitindo que escapem à definição legal de “bolsa” ou “intermediário”. A preocupação da Citadel é real: se os protocolos DeFi puderem oferecer os mesmos serviços que as bolsas tradicionais sem o mesmo grau de supervisão, isso criará um ambiente de concorrência desleal.

A resposta da maior bolsa cripto regulada dos EUA é igualmente forte. Bauguess sublinha que a arquitetura técnica das DEX é fundamentalmente diferente das bolsas centralizadas. As bolsas tradicionais controlam os ativos dos clientes e são responsáveis pela correspondência de ordens e liquidação, tendo por isso obrigações regulatórias específicas. As DEX, por sua vez, funcionam por via de contratos inteligentes, com os utilizadores a manterem o controlo dos seus ativos, não havendo qualquer entidade central a deter fundos ou a executar KYC/monitorização de transações suspeitas.

O desfecho deste debate irá determinar o futuro da indústria DeFi. Se a SEC adotar as recomendações da Citadel, a maioria das DEX poderá ser forçada a encerrar o acesso a utilizadores americanos ou a transformar-se em protocolos permissionados, alterando radicalmente a natureza descentralizada do DeFi. Se, pelo contrário, a SEC aceitar o argumento da maior bolsa cripto regulada dos EUA, o DeFi poderá beneficiar de um ambiente regulatório mais flexível, embora possivelmente com requisitos de conformidade incorporados ao nível do protocolo.

Os analistas consideram que a orientação da SEC para o setor irá determinar diretamente a velocidade de crescimento do mercado de RWA e se os EUA manterão competitividade global na tokenização de ativos. À medida que se aproxima a mesa redonda de 15 de dezembro, o mercado aguarda com expectativa como a SEC irá definir o equilíbrio entre proteção do consumidor e promoção da inovação no futuro da regulação financeira. Os alertas dos comissários cessantes mostram que, mesmo sob uma administração Trump pró-cripto, permanecem vozes na SEC a defender uma abordagem cautelosa.

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